quarta-feira, agosto 14, 2013

Nono Encontro - Encerramento

Sugestão de Planejamento

- Criação de marcadores de página no estilo Monstrinhos.
- Leitura em voz alta dos textos criados durante a oficina.
- Leitura de encerramento com um conto de Clarice Lispector.

  • Criar com folhas de ofício coloridas, páginas de revistas ou até cartolina usada, cola, tesoura e canetinha, marcadores de monstrinhos.

FELICIDADE CLANDESTINA de Clarice Lispector – Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme,enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima dobusto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui a sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. 

No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe.

Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem?

Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-lo, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim.

Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

FIM

segunda-feira, julho 29, 2013

Oitavo Encontro - Vamos Inventar

Sugestão de planejamento:

- Definição de crônica.
- Elaboração de textos, desenhos e poesias.
- Atividade: Problemas na bexiga.

  • A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações tomadas pelas personagens. Já pensou que se você fosse escrever uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esquematizada as características da crônica:
Narração curta;
Descreve fatos da vida cotidiana;
Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
Possui personagens comuns;
Segue um tempo cronológico determinado;
Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
Linguagem simples.


Crônica O Homem Nu de Fernando Sabino (leitura em voz alta)













Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar. — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estava completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu. — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não. — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora. — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia. — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

  • Maiores cronistas nacionais, sugestão de pesquisa:
- José de Alencar
- Machado de Assis
- Olavo Bilac
- Graciliano Ramos
- Rachel de Queiroz
- Clarice Lispector
- Rubem Braga
- Mario Prata
- Carlos Heitor Cony

  • DINÂMICA DAS BEXIGAS II (PROBLEMAS)
Atividade: Cada participante deve encher uma bexiga que tem em seu interior um papel com uma palavra já escrita. O orientador deve explicar que cada bexiga corresponde a um problema que enfrenta-se no dia-a-dia (desinteresse, intrigas, competições, inimizades...). Em seguida todos serão orientados a brincar com a bexiga, jogando para cima com diversas partes do corpo e depois trocando de bexiga entre si, sem deixá-las caírem.

Aos poucos o orientador deve retirar pessoas do grupo, deixando as bexigas para os que permanecem. Quando as pessoas que estão no centro não conseguirem mais manter todas bexigas no ar o orientador deve encerrar a brincadeira e perguntar para para todos o que sentiram quando foram sobrecarregados ou quando viram os outros sendo sobrecarregados, concluindo que é mais fácil lidar com os problemas quando todos estão juntos.

Em seguida cada participante estoura uma bexiga e lê no papel o ingrediente para resolver os problemas, comentando o que aquela palavra significa para ele. Dicas de palavras para colocar nas bexigas:amizade, solidariedade, confiança, apoio, aprendizado, crítica, motivação, aceitação...

Objetivo: Gerar um processo reflexivo sobre o enfrentamento de problemas do dia-a-dia, observando a importância do trabalho coletivo.

[Paródia] Te ver

Esta paródia foi criada no sétimo encontro pelas alunas Tatiana, Rayana e Fernanda. Elas se inspiraram naqueles amigos que as irritam ao extremo. Confira:


Te ver e não te bater
É insuportável. É horrível.
Te ver e poder bater
É adorável. É incrível. (2x)

É como te afogar no rio
e não gargalhar.
É como te ver cair
e não te zoar.
É como ver batata frita
e não atacar.
É como não rir
vendo sua chapinha molhar.

Te ver e não te bater
É insuportável. É horrível.
Te ver e poder bater
É adorável. É incrível.

É como te ver vomitando
e não enjoar.
É como te ver mexendo no meu celular
e não te chutar.
É como você me ver calmo
e não vir me perturbar.
É como te ver indo embora
e não se alegrar.

Te ver e não te bater
É insuportável. É horrível.
Te ver e poder bater
É adorável. É incrível.


Sétimo Encontro - Vamos Recriar

Sugestão de planejamento:

- Definição de paráfrase e paródia.
- Exercícios de recriação de histórias.
- Atividade: Sabe Tudo.

















Há vários modos na produção de texto que podem ajudar a fazer uma boa redação, como: clareza na coerência e coesão; leitura e escrita; pré-escrita.

Na citação de Bernardo (2000, p, 54), "[...] Escrever para aprender significa descobrir relações entre ideias, selecionar e ordenar ideias e dados, ou ainda dar forma a experiências pelas quais passamos a fim de que possamos compreendê-las com mais clareza".

Para saber escrever, é necessário ordenar os pensamentos e pôr as palavras certas.

Para o texto ser coerente, é necessário que haja uma ligação significativa entre diversas partes; portanto, tudo tem que se escrever logicamente. Então, as classes de palavras, como os substantivos e os verbos devem ser unidos não apenas para somar ideias, mas também para ter base para que haja sentido no texto.

A coesão (ideias amarradas) referencial é quando faz referência a alguém ou coisa do próprio texto, e são utilizados pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos ou expressões adverbias; a coesão lexical é quando tem uma certa carga de redundância, ou seja, repetição de ideias. Isso se faz, através dos sinônimos ou expressões equivalentes conhecidas pelo leitor.

Paráfrase significa pôr com outras palavras o que se leu.

A paráfrase origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Vejamos um exemplo a seguir:

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)

A paródia tem como elemento principal, na maioria das vezes, a comédia, ou seja, a partir da estrutura de um poema, música, filme, obras de arte ou qualquer gênero que tenha um enredo que possa ser modificado.
Veja um exemplo:

Texto Original: Cachaça Não É Água
Marchinhas de Carnaval

Você pensa que cachaça é água?
Cachaça não é água não.
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão.

Pode me faltar tudo na vida:
Arroz, feijão e pão.
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não.

Pode me faltar o amor
(Disto até acho graça).
Só não quero que me falte
A danada da cachaça.

Paródia especialmente criada para a Oficina:

Você pensa que leitura é chata,
Leitura não é chata não.
Leitura te faz viajar
Sem tirar o pé do chão. (2x)

Na vida já tem tanta tristeza:
Falta saúde no meio da corrupção.
Posso não ter tido moleza
E nem a melhor educação.

Posso não ter um romance
(nem grandes aventuras).
Mas nada disso me afeta
Quando mergulho em minha leitura.

  • Que tal parodiar uma história famosa? 
  • Atividade dinâmica Sabe tudo
Essa é uma atividade muito divertida, que tem como objetivo a descontração e a aproximação entre os membros do grupo. Material: papel, caneta e um saco.

Procedimento: Em papeis serão escritas perguntas como:

Quem é o autor da obra “O Senhor dos Anéis”? R: JRR Tolkien
Quem é o autor da obra “Drácula”? R: Bram Stoker
O verdadeiro nome de Lord Voldemort é... R: Tom Marvolo Riddle
Qual é o feitiço para apagar a memória?  R: Obliviate
Jason Voorhees é o personagem central de qual série de filmes de terror? R: Sexta Feira 13
Onde o vilão Freddy Krueger, da série de filmes "A Hora do Pesadelo", mata suas vítimas? R: Nos pesadelos
Charles Lee Ray era um assassino diferente, preso em um corpo de plástico que tenta fazer um ritual e tomar o corpo de um garoto. Qual o nome do filme a que ele pertence? R: Brinquedo Assassino.
Qual é o filme de terror mais lucrativo de todos os tempos? R: Exorcista
Em qual filme famoso de terror uma loira morre enquanto toma banho? R: Psicose
Como se chama a amiga semideusa de Percy e de que deus(a) ela é filha? R: Annabeth, filha de Atena
Quem dá de presenta a Harry a Nimbus 2000? R: Minerva McGonagall
O melhor amigo de Percy Jackson é um... R: sátiro
Qual é o nome do padrasto do Percy? R: Gabe
Que deus é Ares? R: Deus da guerra
Quais eram os filhos de Cronos? R: Poseidon, Zeus e Hades

Essas são perguntas baseadas nas preferências dos alunos da primeira oficina realizada por mim.  

Depois de sacudir as perguntas bem dobradas dentro de uma só sacola, peça aos alunos para tirar um de cada vez. Você deve abrir o papel, fazer a pergunta e mostrar a resposta a todos após ser respondida. Quem acertar mais no fim da brincadeira leva um prêmio.

terça-feira, julho 23, 2013

Sexto Encontro - Aprimorando a Escrita II


Sugestão de planejamento:

- Dicas de como compor uma redação.
- Exercícios de desenvolvimento de temas.

  • Dicas para o desenvolvimento de redações

Escrever bem não é fácil. Eu mesma não me sinto apta para ensinar algo que sequer domino, mas com interesse e persistência encontrei algumas regrinhas e sugestões que podem ajudar no polimento de nossa escrita. Confira algumas delas:

1. Repare na seguinte frase: "Não sei bem o que dizer da especialização precoce dos jovens, mas a eliminação do juvenil do Corinthians foi também muito precoce no campeonato!".

Está aí um bom exemplo de bola fora. Comece sua redação lendo com atenção todos os elementos que o examinador apresentou para você utilizar. Procure ver se realmente entendeu o que se pede. Pense num caminho, faça um esquema se preferir, e veja se você não está forçando, inventando algo fora do contexto. Sim, porque conta demais o fato de você escrever dentro ou fora do tema pedido. Já pensou se acharem que você fugiu do assunto? ...É zzzzzzzero!

2. "Esse tipo de gente merece ser exterminado".

Radical demais, não parece? É até grosseiro. Nas dissertações, como recomendação geral, evite os riscos desnecessários de posições extremistas. Vale a pena procurar desenvolver um texto equilibrado, mostrando as coisas de forma ampla e assumindo posições sem partidarismos extremos.

3. "De uma perspectiva pedagógica e heuristicamente viesada o numerário foi ínfimo.".

Pois é. Veja aí que escrever com clareza é muito importante. Os outros devem entender o que você escreveu (especialmente os examinadores). Não use palavras que você acha bonitas, mas não entende o que significam. Aliás, a frase acima não é apenas complexa - apesar de usar termos que existem, ela é desprovida de sentido. Um pequeno truque: procure colocar-se no lugar do leitor, ele entenderia seu argumento?

4. "Fazem muitos anos que eu queria isso. Se ela quizer deixar isso para mim fazer, a muito tempo estou afins".

Evite erros básicos (um exercício: corrija os vários erros que estão na frase entre aspas). Fuja de palavras de grafia duvidosa para você. Use só termos que você conhece. Respeite a gramática e as regras de grafia. Isso pega bem.

5. "Ele deu um pum fedido pacas. Foi aquele auê!".

Gostou disso? E o examinador também iria gostar? Hoje, a linguagem parece que "liberou geral" - como costuma-se dizer. Será que entramos na era do vale-tudo? Cuidado! Esse território é perigoso. Sugerimos que deixe a "franqueza" vocabular para lançar alguma nova versão de "sabão crá-crá". Aí, pode deitar e rolar - o público irá agradecer, se você for bem-sucedido. Agora, no vestibular, cuide-se. Evite grosserias na sua redação. Não é só você que tem mãe, irmã etc. Os examinadores também têm e nem todos são apaixonados pelo "exótico".

6. Ahx xvdf jkkl ...gf gdfg 34tggg

Nem precisava ser dito, mas limpeza conta. Procure manter uma letra razoável. Nada de emporcalhar a folha. É o mínimo para seu cuidado com o conteúdo e para a qualidade do texto não desaparecer no meio de rabiscos.

No livro, técnica de redação, há um exemplo de alguns detalhes que devemos atentar na hora de planejar o texto:

• Quais os objetivos do texto; O que você quer ao escrever?
• Qual é o assunto em linhas gerais; Sobre o que vai escrever?
• Qual o gênero mais adequado aos objetivos; Qual a melhor forma de se fazer entender?
• Quem provavelmente vai ler;
• Que nível de linguagem deve ser utilizado;
• Quais as condições práticas de produção: tempo, apresentação, formato. (GARCEZ, 2001, p,15)

Ainda nesse livro, há algumas considerações sobre o ato de escrever. São elas:

• Fazer uma lista de palavras-chave;
• Anotar tudo o que vem à mente, desordenadamente, para depois cortar e ordenar;
• Escrever a ideia principal e as secundárias em frases isoladas para depois interligá-las;
• Construir um primeiro parágrafo para desbloquear e depois ir desenvolvendo as ideias ali expostas. (GARCEZ, 2001, p. 17)

A dissertação, ou texto dissertativo, é a redação que tem por objetivo expressar uma opinião, um ponto de vista em relação a um determinado assunto. O objetivo desse texto é convencer, persuadir o leitor a concordar com sua tese. Para isso, são usados argumentos, que podem se apoiar em dados, fatos ou ideias. Na dissertação, não escreva períodos muito longos nem muitos curtos. Não use expressões como “eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argumentos.

Não fuja NUNCA do tema. É importante que, em uma dissertação, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta. A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, ou seja, deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular.

Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos.

A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais. Na narração, há a necessidade de caracterizar e desenvolver os seguintes elementos: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo.


  • Exercícios de desenvolvimento de temas.

Mantendo em mente as dicas dadas hoje, construa uma redação de no mínimo 15 e no máximo 20 linhas. 

Exemplo de temas: 
  1. Um clamor nacional, Revolta dos R$0,20. (Sobre as reivindicações do povo brasileiro).
  2. Nova Guerra Mundial. (Sobre a tensão entre a Coreia e os Estados Unidos).
  3. Preconceito à Leitura.
  4. Defendendo um Gênero.